16 de novembro de 2007

Tão doce

Puro aço incadecente em trilhos de ferro fundido
Voa estridente feroz besta raivosa fulminante
Nuvens estouram de explosões violentas de fumaça
Fumaça negra e venenosa que expande e corroe
Devasta quilómetros de viva vegetação verde dos arredores
A Máquina poderosa que tudo pode acaba com milhões de centímetros de vida
Dentro dela dezenas e dezenas de embasbacados ignorantes
Nada percebem do que se passa em seu próprio casulo
- Nada de mal vai acontecer a vocês, meus pobres coitados
Integridade física, completa sanidade do juízo
Lenha na caldeira, fogo para todos os lados
Todos exceto um, transitante entre o que é sano e que é insano
Integridade espiritual, mente conturbada
Maluco, endoidecido, ao olhar pelas gélidas janelas de vidro de alta resistência
Do moderníssimo trêm bestial, patrimônio do desenvolvimento
Se apaixonou por um beija-flor e uma pétala de rosa em acasalamento sublime; tão doce.

Um comentário:

  1. O que posso falar? o título responde; tão doce. Um texto doce, mas não muito açucarado. Do tipo que ao final abre um sorriso bem de leve no leitor. Gostei :)

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