16 de novembro de 2007

O que deve ser

meu espírito empirista vasculha lúcido como pode
tudo o que acha pela frente e digere segundo o que pensa
tento alimentá-lo com o que acho precioso
mas às vezes, muitas vezes, acho insuficiente
nem sempre é tão simples classificar, quem dirá encontrar
num mar de verbos consolidados, entre ações e metáforas
que soam tão verdadeiras quando são fruto de pura mesquinharia
quando apoiar-se em pilares frouxos torna-se inseguro
a melhor opção tonar-se abrir as asas
e voar em direção ao que cheira melhor e soa mais agradável
mesmo que o agradável seja vil ou asqueroso

algumas coisas merecem ser lidas e outras tantas sentidas
já outras pelo contrário precisam sê-lo
o desperdício é sempre uma imbecilidade
já deixar de lado, é algo que faz-se necessário
ter perdido por ter deixado de lado é frustrante
o inverso pode ser tanto sadista quanto piedoso, melancólico
ditos vazios brotam como resposta de atos vazios
e do racionalismo que persiste, diz-me, não só a mim
Faça o que deve ser feito, apenas

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