10 de outubro de 2009

alguém pode me dizer
pra que gastar a vida cortando papel
ou correndo atrés da aluguel
pra pagar em dia

nossos velhos cliches em heresia
se reciclando e nos convencendo
(pensando enquanto correndo
sob o sol ou chuva que fazia - tanto faz o dia)
do que é preciso

mas o que eu preciso?
não sei ao certo porque não tive tempo de pensar
usei meu tempo pra pensar
no trabalho que tinha pra entregar
ou no que tinha pra arruamar
(são sempre as mesmas rimas de sempre)
(me enrolo na minha própria serpende)

meu, oh meu bem
não fiz banda e nem carreira
sou refém de mim
e de uma suposta vida sou afim

que tal então tomar quentão
e procurar quebrar/uma nova rima achar
porque (e você a essa altura já deve saber)
tá foda
só no almoço tomar uma soda pra relaxar
com essa história de desse-por-satisfeto-com-o-rocambole-de-queijo
no máximo posso não me lebrar de estupefar
mas poxa, quero a tal falada
moragada a beira da brasa
(?)
enfim