6 de agosto de 2008

Como assim

panquecas da uma e meia
minhas únicas companheiras
numa noitinha sorrateira
congeladas e devoradas
póstumas: lanche memorável
com mostarda, nada saudável

5 de agosto de 2008

as letras em português me trazem palavras à cabeça que não rimam com o poema

sempre presente
acho que você entende
nada é mais muito surpreendente
nesse estado assim
que é começo e fim, cruzando confim
uma sensação nova!
- bem que eu estava afim
daquele tipo de coisa que renova
pra me tirar da alcova
tipo uma bolha de sabão
num instante do verão
com aquela boa música de tocar no violão
ha ha, mas eu me alimento de mim mesmo
numa espécie de antropofagismo a esmo
que se faz em casa no meio do marasmo
aqui, denovo me perdi
e foi assim que consegui
sair dali

3 de agosto de 2008

quando a música acaba

me acusam de apaixonado,
me defendo com um trago
respiro aliviado,
não preciso responder alterado
suspiro em silencio
no céu escuro onde as estrelas falam mais alto
vejam as trombetas
que nada tem de especiais
em meus ouvidos chegam em acordes celestiais
os enxergo em arranjos de cores
enquanto nos cantos nascem novas flores
com cantos mudos hedonizam ao luar
não quero nem pensar
senão logo vou me cansar
vamos então apenas por mais uma velha canção
e um novo poema espontâneo
transitar