20 de outubro de 2007

Sombras estupefadas

Mariposa ébria dança ao redor de minha lâmpada
Acesa durante o crepusculento céu de nuvens alaranjadas
Que despertaram de um sono inócuo de tarde intediante
Rodelas de fumaça simpáticas pairam no ambiente
Envolto por berros poéticos que são transmitidos pelas caixas de som
E as sombras nas paredes se tornam cada vez mais nítidas
Vazio vem soprando constante pela janela e torna tudo abafado
Vinho barato cheiram às proximas horas, extravios da consciência
Anseios e idéias tão presentes se encontram moribundos
E gritam aflitos no canto dos globos oculares
Na retina o que vejo, nos olhos não enxergo
As sombras cada vez mais contrastantes
Passos de dança em lembranças futuras enérgicos com ferocidade
A velocidade da vida parece repousar sem pretensões
A calma e a quietude deixa tudo tranquilo momentaneamente
Que se pode pensar de tudo quando não se quer pensar em nada
E as sombras, as sombras cada vez mais expressivas
- talvez o mais expressivo e forme de agora

14 de outubro de 2007

Chuvinha promíscua e uma série e coisas

Ir a um bar sexta a noite assistir uma banda que nunca haviamos visto; nada assim que soe täo diferente afinal. Fecho o portäo de casa e é quando começa a cair uma chuvinha promíscua. Correndo de cobertura em cobertura, percebo as gotas cairem com mais intensidade e velocidade. Num aconchegante abrigo sob a marquise e usando a chuva como desculpa, fumo um cigarro para depois correr até a porta do bar que sou praticamente vizinho - näo acredito passar de dez os minutos de caminhada lenta. Chegar molhado näo é muito conrtável, mas, enfim, encontrei os três que deveriam estar lá. Uma mesa no fundo? Esta mesa é alta. Olha só, vagou uma na frente. Mesa grande, fica ruim conversar. Percebem que as cosias mudaram dos tempos pra cá? As conversas näo tem a mesma fluidês e espontaneidade que costumavam ter. Espero, penso, näo estarmos nos tonarnando chatos. E que noite estranha se tornou, concluíamos de tempo em tempo até ter nas risadas da tarde seguinte a confirmaçäo. Olhava aos redores desde que cheguei e mesmo insistindo näo enxergava nenhuma pessoa que realmente existisse. Todos ali eram estranhos anônimos - mais tarde alguns mostrariam näo ser de mal gosto. Três uísques e um vinho para mim - um vinho tinto, näo seco! ora, dane-se, ou melhor, beba-se. Algumas cervejas depois a banda sobe ao palco - já conhecemos esse palco, várias vezes hä. As primeiras músicas soaram estranhas, foram umas três. Mas logo explodiram algumas velhas conhecidas, nostalgia comum de quem gosta de velharias. Desculpem os que estavam atrás de mim, mas näo consigo ficar sentado e ouvir Led Zeppelin ao vivo; säo forças opostas. Fiquei simpático àquelas pessoas, baixo, bateria, guitarra e vocais, täo cru e täo groovy. Tocar Doors? Sim, foi o riff mais comum de se ouvir em bandas que tocam covers tocarem dos Doors - mas mesmo assim uma ótima música, ótima. Mas näo, ela se desculpou, cantar Morrison ela näo conseguia. Verdade. Doors cheira à melancólico caos existêncialista trascendental. Melancólico caos existêncialista trascendental com garotas. Näo era noite de Doors. Deixando-os para outras noites, o groove teve seu clímax - ou eu com o groove. Workin from seven...to eleven every night, it realy makes life a drag...quem conhece a música sabe como ela é profunda, e eu sempre me perguntei por que ninguém nunca tocava, pois é, enfim, tocaram. E o Led Zeppelin brasileiro? Elis Regina? Bom, se ela diz...você näo sente näo vê que e eu näo posso deixar de dizer, meu amigo...palmas urros. Noite se passa, rock and roll e risada. Näo, acho que ainda näo viramos chatos, enquanto ainda estivermos vivos pra esse tipo de coisa estaremos salvos. Bom as estranhezas näo ficaram bem explcítas, mas melhor deixar o velho desconfiado, a cantada relâmpago, aquela estrada de barro - näo demoramos tanto näo é mesmo? ou será que foi só impressäo - e os policiais aleatórios - na verdade näo foram eles os aleatórios - para quem tava lá, e para se lembrar muitas e muitas vezes em rodas de cerveja.

O resto do feriado näo foi täo produtivo e a chuva ficou mais promíscua trancando todos em casa. E outra vez, como se numa rotina espaçosa, acaba-se um encontro com o velho mundo, onde nos reunimos como costumavamos fazer, de uma forma cada vez diferente. Sempre nos renovando, sabe-se lá como estaremos amanhä, mas que tenhamos piedade e näo deixemos certo hábitos mutáveis acabar.

10 de outubro de 2007

Fui à padaria comprar pães para comer com as carnes que tinha no congelador. Os pães haviam acabado. Para minha sorte e consolo, achei duas minipizzas no congelador.

Pensamento confuso

pensa-se sobre crenças o cheiro tão bom a fragilidade assim delicada a indiferença um tanto hostil a hipocrisia tão comum pode-se pensar o verdadeiro se é que se sabe o que vale a pena sempre se pergunta o que a alma manda

2 de outubro de 2007

Pule

Pule
pule gritando pro vento que não sabe se vai cair
ele sussurra sem garantir
mas quem poderia saber

Entre as nuvens é onde se quer chegar
talvez acima, quem sabe abaixo
mas algum lugar além no onde se está

Confie nas asas
vento nas pálpebras fechadas
odores e toques

Suas asas e de quem voa com você
às vezes se acaba em colisão
mas então, pule mais uma vez
pois que graça tem viver com os pés enterrados nas dúvidas?