4 de setembro de 2007

Indiferença, raiva, morbidez, efemeridade, fragmentos

Morbidez

Moscas voando sobre o lixo, fumaça pairando sobre o ar - frio e sem vida. No ambiente a bagunça, as coisas que vão ficando pelo caminho e as que se entulham na mesa. Indiferente, o relógio fica anunciando que não vão sobrar muitas horas para o sono. Poderia-se aproveitar para sonhar antes, naquele qualquer mesmo, mas uma falta de vida já repousava. Chovia frio e carecia-se de calores.
Lembranças das últimas semanas cheias de sorrisos e afetos flutuavam em qualquer lugar próximas à mente involta por aquela estranhesa que crescia desde uns dois ou três dias antes de chegar. Idéias reviradas, questionamentos - e a falta deles e de algumas manifestações - tudo esparramado pelo chão. Das paredes escorriam lágrimas viscosas de incompreensão que se misturavam com migalhas e poeira de emoções momentâneas solidificadas do que foi passado, recente ou nem tanto.
Aspirava, expirava, esperava. Transpirava. A alma redigeria-se e continuava.


Raiva

Essa coisa que está em mim agora, que se manifesta, acredito, em qualquer humano cresce como um cancer. Repugnante, inibe-me. Controla: uma vez que estou raivoso, a teia dos pensamentos-lembraças se incendeia, transformando-se em lenha. Foi a situação de poucos minutos ou a pessoa qualquer que seja, conhecida ou não, amada ou odiada ou indiferente que - oh, infeliz - infeliz e involuntariamente cuspiu uma nuvem negra direto dentro de minha cabeça. Fúria: dane-se um, pro inferno com outro.
Deixe-me sozinho. Música não quero, ler agora também não, nem dormir consigo e propaganda política origatória me irrita mais. Até a droga da caneta está me falhando.
Mente - como a prezo!, precisa mesmo ter esse caos em sua natureza? Ou foi mesmo erro meu não evitar. Só esqueça...

Indiferença

Tua personalidade fútil, hnf, acha que tua luxúria te alimenta
Continua vivo sim, na verdade esteja talvez apenas a existir por estes teus míseros cantos
Tua infame opção, filosofia, estilo ou qualquer coisa que chame
(Considero que ao menos esteja ciente dessa existência)
É repleto de vazios, porém
Perdição, assim como, é divertida e perigosa; vazia
Direito seu, direito meu, repudio e me embriago alguma vezes
Te converter? Te incentivar? Beijar sarcástico tua mente? Não
Indiferença

4 comentários:

  1. o pior é que tudo fica misturado!

    Mas, na verdade, não saberia viver sem os pequenos defeitos..ou grandes, enfim...

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  2. é que às vezes a gnte acha que o romantismo é uma merda mesmo, uma bela de uma bosta. vem a droga da vida e mostra o contrário.


    e qnto à morbidez a raiva e a indiferença, ainda sou mais a indiferença pois não é um pecado capital...

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  3. Anônimo3:50 PM

    e eu não sabia disso...

    é pra cá que vc vem de madrugada!

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  4. Sim. Na verdade é um dos lugares que eu frequento.

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