18 de janeiro de 2009

Perdição II

Saí do quarto abafado - já estava ficando chateado
As bebidas de lá não me matavam a sede
O que havia lá pra comer não me matava, quando tinha, a fome

Foi bom ter entrado, se assim não fosse
Nunca teria saído, não assim
Altivo

Lá pensei tanto, falei tanto
Cantei tanto, em todo canto
Meu cabelo cresceu
Meu espírito cresceu
Cresceu até
a vontade de mudar; mudei

Encontrei-me criminoso, incriminei-me
Plantei pecado, colhi a pena
E valeu a pena

No meio de tanta coisa que era incerta, acertei
O que era vago se encheu, enchi a mochila
Depois que vi o sol nascendo cheio de ar de manhã
Saí sorrateiro pela porta dos fundos
Em direção à sombra perfumada

Ficar deitado ou passear pelo gramado
Tanto faz
O ar fresco com cheiro de liberdade
Um pequena liberdade que encontrei, por fim
Me libertei, enfim

3 comentários:

  1. http://camisalistrada.blogspot.com/2007/01/perdio.html

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  2. bonita sua experiencia...
    liberdade é um sentimento que não tem preço, ou um que tem um preço muito alto.

    mas acredito valer a pena.

    abraço

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  3. Excelentes !!!

    Primeiro lí tentando traçar paralelos, e até encontrei, talvez onde nem existam. Achei melhor ler novamente, sem filtros nem "pré conceitos" (no sentido bom da palavra, se é que existe). Aí sim pude perceber a essência destes textos, na minha opinião os melhores que já lí aqui.

    Um abraço

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