Sendo decomposto, vivo, aos poucos pelos vermes do tédio, o pobre pensante ainda quer viver. Observa atento os nós desatados das ruas e os cantos mal pintados das cercas que protegem preciosas vidas, as quais não sabe se são melhores ou piores que a sua. Na angústia que sente, afirmava hesitante que são melhores, pois no seu poço, acha, é difícil descer mais. Tudo faz pensar e nada faz mudar.
Sempre mudo, recrimina-se por pensar tanto e observar tudo; as pessoas mais felizes são as que não vêem que a vida não é boa ou não entendem que poderia ser melhor. Estéril alma presenteada com o dom da reflexão que não sabe achar respostas, e se as acha, não sabe usar. Marceneiro que maneja serrote e martelo e é incapaz de construir um simples baú.
Triste vida a do pensante. Parar de pensar não pode e mudar o jeito de ver as coisas não consegue. Enquanto não se decide, pega todos os dias o mesmo trem, trocando o mínimo de palavras que necessita e achando tudo muito chato.
Sentar no gramando, sentir o vento, apreciar as nuvens - sublimes, saborear o chá, sentir-se anestesiado pela música; é o que alimenta sua pobre alma. Alma essa que não cresce, nem crescerá, se não se levantar e atar os próprios nós, pintar as próprias cercas e perceber que sua vida também é preciosa. Enquanto isso, coitado, fica olhando os pássaros e pensando...
Sempre mudo, recrimina-se por pensar tanto e observar tudo; as pessoas mais felizes são as que não vêem que a vida não é boa ou não entendem que poderia ser melhor. Estéril alma presenteada com o dom da reflexão que não sabe achar respostas, e se as acha, não sabe usar. Marceneiro que maneja serrote e martelo e é incapaz de construir um simples baú.
Triste vida a do pensante. Parar de pensar não pode e mudar o jeito de ver as coisas não consegue. Enquanto não se decide, pega todos os dias o mesmo trem, trocando o mínimo de palavras que necessita e achando tudo muito chato.
Sentar no gramando, sentir o vento, apreciar as nuvens - sublimes, saborear o chá, sentir-se anestesiado pela música; é o que alimenta sua pobre alma. Alma essa que não cresce, nem crescerá, se não se levantar e atar os próprios nós, pintar as próprias cercas e perceber que sua vida também é preciosa. Enquanto isso, coitado, fica olhando os pássaros e pensando...